O módulo centrou em uma abordagem decolonial da violência e da discriminação resultantes do patriarcado, do capacitismo e do colonialismo.
Especialistas da região forneceram ferramentas essenciais para identificar e abordar as opressões estruturais enfrentadas por mulheres, pessoas LGBTI+, povos indígenas, afrodescendentes e pessoas com deficiência.
Na sexta-feira, 18 de outubro, a Escola de Formação Política RegionaR realizou o seu quinto módulo, intitulado Discriminação e violência derivadas de sistemas de opressão e ferramentas de enfrentamento e proteção. Esta sessão explorou as múltiplas opressões que afetam as populações cujos direitos humanos são violados no contexto do capitalismo colonial e patriarcal.
A abordagem decolonial foi um dos temas principais do módulo. Juliana Paiva, psicóloga brasileira do Coletivo Hellen Keller, apresentou o impacto dos sistemas de opressão em comunidades específicas, como as de mulheres, de pessoas LGBTI+ e das pessoas com deficiência, e explorou a forma como as lutas sociais podem se tornar ferramentas de resistência e de transformação do nosso pensamento e das nossas ações.
No bloco seguinte, Paola Yañez, ativista afro-boliviana e Coordenadora da Red de Mujeres Afrolatinoamericanas, Afrocaribeñas y de la Diáspora (RMAAD), refletiu sobre as contribuições do feminismo na luta contra o patriarcado, reforçando a importância da aplicação da perspetiva de gênero para reverter a violência contra os corpos femininos e racializados, assim como a proposta de reconstrução das humanidades negadas pelos atuais sistemas de opressão.
O capacitismo e as barreiras enfrentadas pelas pessoas com deficiência foram abordados por Isabela Alburquerque, historiadora e ativista do Brasil que apresentou estratégias para visibilizar e desafiar as estruturas que perpetuam a exclusão destes grupos na sociedade.
Por último, Dayana Blanco e Eliana Alcalá, advogadas colombianas do ILEX-Acción Jurídica, debateram a interseccionalidade como uma ferramenta fundamental para articular os pedidos de justiça e reparação. As especialistas reforçaram a importância de reconhecer as múltiplas identidades e as diferentes formas de discriminação que as pessoas enfrentam no seu cotidiano.
Nos módulos anteriores, a Escola explorou temas como a democracia e as políticas públicas, a defesa da mudança social, a justiça climática e a memória histórica. Nestes espaços participaram especialistas do Chile, Nicarágua, Costa Rica, Argentina, Colômbia e Brasil. Em todos estes módulos, foi possibilitado um aprofundamento sobre os desafios estruturais que a América Latina e o Caribe enfrentam, através de um processo de educação política que conseguiu vincular múltiplos conhecimentos e perspectivas.
A Escola de Formação Política RegionaR é composta por sete módulos temáticos. Trata-se de um espaço destinado a fortalecer as capacidades dos ativistas de direitos humanos de toda a região, promovendo uma abordagem feminista, antirracista e interseccional. Para mais informações sobre as iniciativas do RegionaR, visite www.regionar.org.